No cenário jurídico atual, o marketing é essencial para destacar escritórios de advocacia, mas deve ser executado com responsabilidade e dentro das normas éticas da OAB.
Por Vinícius Cintra
O marketing jurídico tem evoluído como uma ferramenta essencial para escritórios de advocacia que desejam aumentar sua visibilidade e consolidar sua presença no mercado. Contudo, sua aplicação deve seguir as diretrizes estabelecidas pelo Código de Ética e Disciplina da OAB, que restringe a publicidade mercadológica com o objetivo de preservar a dignidade da profissão e evitar práticas que possam comprometer a imparcialidade e seriedade do exercício da advocacia (OAB, 2015). Diante desse contexto, este artigo tem como objetivo apresentar estratégias eficazes de marketing jurídico que estejam alinhadas à ética profissional, garantindo que os escritórios possam se promover de forma responsável sem infringir as normativas vigentes. O foco será demonstrar como é possível equilibrar a necessidade de visibilidade com a conformidade ética imposta pelo Código de Ética da OAB.
Entendendo as restrições do Código de Ética da OAB
O art. 39 do Código de Ética da OAB determina que a publicidade na advocacia deve ser exclusivamente informativa, vedando qualquer finalidade comercial. Isso significa que advogados e escritórios de advocacia não podem adotar estratégias publicitárias comuns em outros setores, devendo limitar-se à divulgação sóbria e discreta de seus serviços (OAB, 2015). Assim, evita-se a autopromoção exagerada e a concorrência desleal entre profissionais.
Estratégias de marketing jurídico ético
Apesar das restrições, é possível adotar práticas eficazes de marketing jurídico que fortaleçam a marca do escritório e aumentem sua visibilidade de forma ética, garantindo conformidade com as normas vigentes.
Conteúdo educativo: A chave para o marketing jurídico
Uma das abordagens mais eficazes para promover um escritório de advocacia sem ferir as normas é a produção de conteúdo educativo. Isso pode incluir:
Artigos de blog sobre temas relevantes, como alterações legislativas e jurisprudenciais;
Webinars e podcasts, abordando questões jurídicas de interesse público;
Postagens em redes sociais, trazendo informações sobre direitos e obrigações de cidadãos e empresas.
Essas estratégias ajudam a construir a autoridade do escritório, aumentando sua credibilidade sem recorrer à propaganda direta.
Redes sociais: Compartilhando conhecimento de forma ética
Plataformas como LinkedIn e Instagram são eficazes para a divulgação de informação jurídica. No LinkedIn, por exemplo, é possível publicar insights sobre jurisprudências e boas práticas. A estratégia deve focar na criação de artigos especializados, reflexões sobre mudanças legislativas e cases de sucesso acadêmico e institucional. Além disso, o uso de carrosséis educativos pode tornar temas complexos mais acessíveis ao público.
No Instagram, a comunicação pode ser mais dinâmica, explorando stories e reels para abordar temas jurídicos do cotidiano, apresentar os bastidores do escritório e destacar a participação em eventos e ações sociais. O uso de perguntas e enquetes interativas permite engajamento com a audiência, gerando um ambiente de troca de conhecimento sem ferir as diretrizes da OAB.
Outra estratégia eficaz é a criação de séries de conteúdos temáticos, publicando semanalmente sobre um assunto específico, aprofundando conceitos e incentivando o público a acompanhar a jornada de aprendizado.
Essas abordagens garantem que o escritório aumente sua visibilidade e construa autoridade no meio jurídico, sem infringir as normas do Código de Ética.
Participação em eventos: Fortalecendo a imagem institucional
Seminários, congressos e workshops são oportunidades valiosas para networking e fortalecimento da imagem do escritório. Essas participações permitem que advogados compartilhem conhecimento, consolidando-se como referências na área e ampliando sua presença de forma ética.
Transparência e responsabilidade: Construindo confiança
Toda comunicação do escritório deve ser honesta, evitando promessas de resultados. É vedado sugerir garantia de sucesso em causas jurídicas, pois isso compromete a ética e a credibilidade profissional (OAB, 2015). A transparência é fundamental para alinhar a estratégia de marketing com a conformidade ética.
Conclusão
O marketing jurídico ético é essencial para escritórios que desejam crescer no mercado sem comprometer os valores da advocacia. Ao investir em estratégias informativas e educativas, respeitando as diretrizes da OAB, é possível aumentar a visibilidade e fortalecer a reputação profissional. Dessa forma, a construção de autoridade e credibilidade ocorre de maneira sólida e alinhada à ética profissional, garantindo o equilíbrio entre presença de mercado e conformidade ética.